Crepúsculo caído,
lentamente
as coisas apressadas convergem:
a vendedora de alhos
o empregado sem olhos
as portas de metal
que descem
a beliscar
as bocas de lobo.
homens cansados
vão beber
malabares
crianças pelas crinas
cigarros trocados
de boca em boca
como beijos
já se alcança a esquina:
dessa última desnoite
fica o cheiro ágil
de um cabelo
ou de um fósforo
e dos olhos
da vendedora,
o verde puro dos semáforos
um retrato e tanto.
ResponderExcluirTudo tão fugaz e frágil. Como a luz do crepúsculo...
ResponderExcluirBonito o movimento do seu poema, Eduardo.
E obrigada pela visita lá no blog. vc disse que gosta da Ana Cristina Cesar. Eu também gosto :)
Tem uma outra poeta que tou gostando muito de ler também: Claudia Roquette-Pinto. Já leu?
não conheço ainda, camila.
ResponderExcluirvou procurar! ^^
;*
Já ia falar em "retrato" e esse Íta invejoso já disse.
ResponderExcluirMas é isso, imagem perfeita do imperceptível e cotidiano caos...
parabéns, Eduardo!
Beijos,
Moni
Thank you, that was extremely valuable and interesting...I will be back again to read more on this topic.
ResponderExcluirOi, Eduardo! Gostei muito da delicadeza cheia de dentes desta imagem:
ResponderExcluiras portas de metal
que descem
a beliscar
as bocas de lobo.
e do barulho que ela faz.
:-))