"Ao cabo de três assaltos o treinador parou o combate e desapareceu dentro da casa seguido por Merolino.
-- O massagista está esperando, disse o jornalista.
-- Quem é o massagista? -- perguntou Fate
-- Não o vimos, acho que nunca sai ao quintal, é cego, entende?, cego de nascimento, que passa o dia inteiro na cozinha, comendo, ou no banheiro, cagando, ou estirado no chão do quarto lendo livros no idioma dos cegos, aquela linguagem, como se chama?
-- O alfabeto Braille -- disse outro jornalista
Fate imaginou o massagista lendo num quarto completamente escuro e teve um leve estremecimento. Deve ser algo parececido com a felicidade, pensou."
Roberto Bolaño, 2666, (pg 272)
Tradução de Eduardo Brandão,
Companhia das Letras, 2010
21 de junho de 2011
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Um comentário:
"se isso é estar na pior, PORRA, o que é que quer dizer tá bem"
kkkk
demais, hein?
não é à toa que essa criatura tá um sucesso por onde passa. ja coloquei uma passagem do 266 (tradução do Quintana) lá na coluna. Mas não li o livro.
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