24 de fevereiro de 2013

essa casa não é minha,
doei toda a minha herança aos calmos.

não é minha essa casa
repleta de portas, cada uma a esconder um desejo
a porta da geladeira, calma, branca, fresca, convidativa
a porta principal ocultando todas as outras.

nego esses muros,
a calha vizinha como um horizonte torto
ao alcance das mãos

nego a falta de lógica dessa casa
o conteúdo das gavetas a anular o das estantes
até que reste apenas a branca porta da geladeira
abençoando a todos.

as ruas e estradas e mesmo as informações erradas que recebemos de estranhos
nos levam sempre para o canto do nosso quarto
e é difícíl conceber a ideia de um lugar estático, casado, graduado:

lá dentro,
debaixo do piso e da lista de compras,
a terra não para um minuto de se revolver.

eu moro aqui, mas essa casa não é minha
o meu lugar no mundo há de estar no guinness
um apartamento feito de sacadas e varandas
uma rua com mil e tantos
andares.

17 de fevereiro de 2013

diálogo reau

- Pois é, vc não apareceu ontem. mas é natural... coisas acontecem, coisas surgem...
- Tava em casa coçando a bunda e depois dormi.

11 de fevereiro de 2013

A rotina e o feriado:
famílias olham vitrines
no shopping center fechado

9 de fevereiro de 2013

Também

estou de volta ao nonsense lá no blog dos limeriques
veja que ironia
o auge da minha alegria
é vc dizendo
que não existo