30 de julho de 2011

cartas

"A correspondência em si mesma já é uma forma de utopia. Escrever uma carta é mandar uma mensagem para o futuro; falar a partir do presente com um destinatário que não se encontra ali, que não se sabe como estará (em que estado de espírito, com quem) enquanto lhe escrevemos e, principalmente, depois: ao ler-nos. A correspondência é a forma utópica da conversa, porque anula o presente e faz do futuro o único lugar possível do diálogo". 

(Ricardo Piglia, “Respiração Artificial”)
 
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catei a citação lá do blog do ítalo, o um-sentir

solidão, solidão.
a protagonista em constante movimento, encontrando-se com desconhecidos ou não,
compromissos marcados ou surgidos ao acaso. mas todos têm em comum a aura de solidão, como se o filme dissesse, estamos todos aqui, nos encontrando, mas estamos sempre sozinhos. a solidão está também na própria escolha dos cenários, muitas vezes abertos, dando a impressão de vazio. Nunca há um ambiente com muitas pessoas. Nos trens e nas próprias estações, há pessoas, mas muito poucas. Não há cenas de rua. Não há aglomerações. e há muito a solidão dos hotéis. o filme é bem lento, mas bonito, e mui bonita é esta aurore clemént. a última cena é linda (e triste) demais.


(OBS: comentário sobre filmes começarão a aparecer aqui, até que o filmow, essa defeituosa rede social para cinéfilos passe a permitir que resenhas e comentários sejam salvos e guardados. Sim, porque sou dessas pessoas que gostam de guardar tudo, qualquer nota ou espirro sobre um livro ou filme, acho que há um pouco de neurose nisso, não sei, um abraço)


29 de julho de 2011

As pessoas se empolgam e acham incríveis certas coisas e seus amigos, vizinhos de existir, não veem a graça, a beleza, que tédio, não entendem, pois elas se empolgam e acham incríveis outras coisas, bem diferentes, e assim sucessivamente, todos amigos e nenhum entendimento; é isso que move o mundo, gosto de pensar, essa nossa mania de ciclos

26 de julho de 2011

fuck

"My kids will have computers, of course, but they will have Kindles first"
Bill  Gates
eu quero um Lewis Carroll na minha vida

20 de julho de 2011

revolva-se, clarice. revolva-se.

(impressão minha ou é uma universidade?)

O ÁPICE DOS TEXTOS FALSOS
VIVA A INTERNET.

9 de julho de 2011

às vezes, paro de frente a uma palavra e me espanto bobamente. cor de rosa.
cor de rosa. é como se, por indefinido intervalo, eu tivesse esquecido o que há por trás do nome.
cor de rosa.
dar um F5 nos sonhos,
antes um trem a rasgar as campos da infância
and now we have a big wave of
placas
e sobram estradas
bueiros
não há mais volta
os passageiros apenas vem
e agora entre um looping e outro
a gente ri dos trens
chamam isso de montanha russa
eu não sei
onde estão os campos
se somos outrens

organização é tudo




até o fim do ano devo lançar meu futuro best-seller
 "como organizar sua biblioteca"

6 de julho de 2011

(reinaldo moraes falando sobre a flip 2010)

"De qualquer forma, sempre volta a pergunta: o que isso tudo tem a ver com literatura? A resposta, bem ao estilo tucano-uspiano, bem podia ser: e o que é que não tem a ver com literatura? De fato, tudo parece caber nesse generoso saco de gatos. Literatura é como as igrejas de antigamente, que viviam de portas abertas e abrigavam todo tipo de gente, das altas e prósperas figuras, a bêbados, miseráveis, loucos e assassinos, sem falar na cachorrada que sempre aparecia para farejar incenso e, eventualmente, morder a canela das beatas."

o post completo (bem grandim, aliás) está aqui
a julgar pelos tweets ( @raqcozer , @flip_se , @ProsaEVerso ), a fala do Antonio Candido sobre oswald na flip foi linda.
vou fingir que estive lá.

3 de julho de 2011

na última vez que vi Ruim, o poeta, ele estava
sentado na rua repetindo
me dá um trocadilho, me dá um trocadilho

2 de julho de 2011

a literatura e seus mistérios

Ontem à tarde, no trabalho, me peguei pensando em "morte em veneza",do thomas mann.
e não sei por quê. Li essa pequena novela há uns meses e na época achei um livro perfeito, mas não considerei-o um livro favorito.
Mas de alguma forma a história do Gustav Aschenbach ,um escritor atormentado, que se apaixona platonicamente pela beleza de um garoto, e que morre ao fim do livro, mexeu muito comigo. Se não tivesse mexido, não viria me assombrar numa tarde de sexta no meio do trabalho. E agora, depois de um sonho que se sonha acordado, fico tentando achar o porquê, algum sentido subliminar. se é que existe.