ali pesca pampos e poemas
que entram sempre pelas ventanas
retalhadas escamas barbatanas
no mar se aprimora; ali, mora e namora
servidão maria glória de melo
rua dos bobos muito à esquerda
número zero
na porta de entrada, a ilha explorada
na cama, vagabundíssima, madonna,
encantochada, assiste pornochanchada
e lê arrabal
cuidasse de rimas e louros, ficaria até o arrebol
mas o que almeja é o impossível:
malandro jonas, mercador nato
atravessa noite a fundo a modo
trazer do costão a anchova
fresca e farta que encha enfim
o prato seco da infância
olhos de preguiça, ombros fortes,
hoje, lamentavelmente, sente-se mal
o mar não está para peixe,
em memórias, em ilhas ressonantes,
agarrado a uma garrafa lançada das trevas,
passará o dia
o mar
khayamm manezinho,
sabe que a vida,
inda mais sem vinho,
é nada.