“Un día
descubrí en la biografía de Marcel Duchamp, cuya actitud vanguardista
es lo único a lo que he permanecido fiel desde el comienzo de mi
carrera, que hay un momento en el que él no tiene ideas. Y en lugar de
vivirlo como un verdadero drama, decide profundizar y bucear en las
ideas originales que ya tuvo. No todo tiene que ser una carrera de
progreso superándote a ti mismo. Somos limitados, también hay que saber
volver hacia atrás.”
uma apaziguadora fala de Enrique Vila-Matas, extraída desta entrevista que não li.
29 de julho de 2012
12 de julho de 2012
A tarde inteira equilibrando a bunda no paralelepípedo.
Tudo o que eu sei vem dos livros, ele disse, querendo que soasse bonito, mas a
mim soou extremamente vazio e ignorante, tanto que pensei em ajudar, dizer e eu
nada sei de música, o que ouço de interessante descobri sem querer na trilha de velhos clássicos do cinema. Mas não disse. Fiz um oh, um ohzinho
quase não-pronunciado e virei o rosto para a rua. Um ou dois carros sempre
passando, depois um intervalo de silêncio, e então mais um ou dois carros em
passo morno pela rua esburacada. Ruas como esta, sem asfalto, feita de lajotas,
de movimento médio, um ou dois carros passando entre intervalos, e ainda com
dois ou três terrenos baldios, ruas desse tipo são as mais raras e bonitas. Mas
isso ele não sabe, nem vai saber, a não ser que alguém ponha num livro.
4 de julho de 2012
há muita literatura sobre nós. uma gente antiga e importante, de nome pomposo, sem rosto e sobrenome, Marçal, Catulo, sim, nesse tempo eles já estudavam você e eu. são textos e mais textos, poemas, canções, contos que discorrem sobre ser o que somos. na romênia há quem escreva sobre a gente. na islândia e em pernambuco também. Camões, Celan, Cartola, Noel Rosa, essa gente de nome engraçado escreveu sobre a gente. fora o que nos diz respeito, mas está por aí, no fundo de gavetas aguardando publicação. há muita literatura, os especialistas em você e eu não têm do que reclamar.
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