12 de julho de 2012


A tarde inteira equilibrando a bunda no paralelepípedo. Tudo o que eu sei vem dos livros, ele disse, querendo que soasse bonito, mas a mim soou extremamente vazio e ignorante, tanto que pensei em ajudar, dizer e eu nada sei de música, o que ouço de interessante descobri sem querer na trilha de velhos clássicos do cinema. Mas não disse. Fiz um oh, um ohzinho quase não-pronunciado e virei o rosto para a rua. Um ou dois carros sempre passando, depois um intervalo de silêncio, e então mais um ou dois carros em passo morno pela rua esburacada. Ruas como esta, sem asfalto, feita de lajotas, de movimento médio, um ou dois carros passando entre intervalos, e ainda com dois ou três terrenos baldios, ruas desse tipo são as mais raras e bonitas. Mas isso ele não sabe, nem vai saber, a não ser que alguém ponha num livro.

Um comentário:

Aninha Kita disse...

Publiquemos este texto então! hehe Adorei! Mini-crônica, jorrando vida real (banal!?).

Beijos, beijos.
Ana*