29 de maio de 2011

uhum!

RT @lencocorderosa Oswald de Andrade é o maior tuiteiro da literatura :D

28 de maio de 2011

desgraçadinho, pensava justino, enquanto o carimbo descia com força contra a certidão.
taki, minha sinhora,
tá registrado?
sim, sinhora, a partir de agora temos um novo cidadão (filho da putinha) na cidade.
o pequeno dormitava no colo gordo da mãe e justino dava um xauzinho,
lá se ia mais um nascido no século XXI
Ah, meus 21! Meus 12, ah, minha quimera!
Que merda, ando tão velho.
E esses filhos da putinhas que insistem em nascer em 2011. Não para.
Porra, não para.
Pra onde olho,
Para onde olhava, Justino via documentos
vias que diziam: marinaldo dos santos, felipe gabriel de souza, amanda de castro,
nascidos na maternidade de tal,
no hospital da cidade xis. Eu envelhecendo e esses putos nascendo.
Porra, não pará, carimbava justino.
Mas a vida de justino não era assim tão deprimente.
A vida, como todos sabem, é uma boquinha cheia de presas
sempre nos superprendendo. Se de um lado atormentavam-no as rechonchudas crianças, rebentos de rechonchudos pares de peitos,
justino encontrava satisfação nos olhares tristes ou indiferentes de outros:
então foi câncer de fígado a causa, meu sinhor? ,
(como uma barata tonta, a certidão de óbito)
que coisa né, sorrisinho sob o bigode,
carimbava justino

Uma nova editora

selo novo na área: Tordesilhas

Lançaram um livro da Pizarnik!

22 de maio de 2011

listas, listas

as famigeradas listas: sempre há quem as critique.
eu adoro. onde há uma, eis eu e minha caneta anotando sugestões.
o enzo potel fez há pouco, um top 3 para romances e contos lidos lá na coluna dele
deixo o meu:
1º Crime e Castigo, do Dostô.
2º O ajudante, de Robert Walser


3º O apanhador no campo de centeio (salinger), O grande Gatsby (Fitzgerald), Inferno (barbusse)? Breve romance de um sonho (schnitzler), O processo (kafka)?

Empate, vai. Não sei precisar qual.

Obs 1: O critério que utilizei foi o mesmo do enzo: obras que vão fundo, que mexem com a gente.
porque há várias obras, dentro dos meus "favoritos", que estão lá por outros motivos. Caso do louco "Macunaíma", ou do enfadonho "O ciúme", do Robbe-Grillet, um livro raso como uma poça que não recomendo a ninguém, mas no qual aprecio a cara de pau do autor.

Obs 2: Desculpem-me pelo primeiro lugar óbvio, mas tem que ser. Ele pôs um machado na minha mão.

Obs 3: Se fosse para considerar "A obscena senhora D", da hilst, como um romance, então ele deveria estar aqui. Mas vou contá-lo como uma narrativa curta, prosa poética. Deixo a lista para os romances mais tradicionais.

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E quanto aos contos, céus, que dificuldade. Não consigo definir 3, nem precisar qual o favorito. Alguns:

 - Bliss - katherine mansfield
 - Casa Tomada/As fases de severo de J. Cortázar
 - Nota de pé de página, de Rodolfo Walsh
- A queda da casa de Usher, Poe.
 - A prodigiosa tarde de Baltazar, de Gabriel G. Marquez

teu namorado bobo, etc

você me desculpe por se meter na tua vida
se assim faço, é porque eu queria meter na tua
você me desculpe por

21 de maio de 2011

sra. poetisa está invitada

tenho café
vamos fazer uma renga
lá em casa

entrada free até às
quarto

ou escolha:

open mouth
mulher desacompanhada
só paga
se quiser.
nonsense vc sabe mas te amo
mulher
tu és a pedra
no meu chapéu

A cummings' poem

if you like my poems let them
walk in the evening, a little behind you

then people will say
"along this road i saw a princess pass
on her way to meet her lover(it was toward nightfall)with tall and ignorant servants."



In: Etcetera: The Unpublished poems of E E Cummings. Liveright, 1983.

18 de maio de 2011

diante de minhas cartas repletas
de patas
e malabares
escritas com mão de amante desastrado
daia se faz silêncio:

ousada
me manda uma carta
em branco

14 de maio de 2011

carta pra ti

nem tanto carta, mais pra bilhete.
estou passando por uma fase ruim. Mal componho uma lista de compras. Mas talvez não tenha dificuldade nessa carta, pois a carta, quando resposta, não vem do nada. é conversa no papel, ela parte de um primeiro dizer. geralmente, se aceita esse tom, escolhe-se um ritmo e se responde. ou não, posso ler tua carta por cima e mandar uma resposta que não é resposta, uma carta despreocupada, falando de outras coisas, respondendo a perguntas que você não fez: aí seriam dois papos concomitantes. muita coisa se perderia, né?. é controverso, mas me parece agradável, bobo, vivo.
certeza que este bilhete, já longo, virando carta, há de te pegar de surpresa. primeira vez que te escrevo carta, agora vc saberá o que há tempos sabem meus destinatários amigos: me perco nos escritos. sou preguiçoso, desorganizado para com conversas, cartas, promessas, combinados, apostas. Mas carta, graças, não tem validade. Demoro anos, mas respondo. Quando se atrasa, o papo se perde, é isso?
Sim, se perde. E quando vamos procurar, achamos outras coisas pra falar. Coisas que não acharíamos se houvéssemos respondido a carta de pronto. Aliás, carta e prontidão não combinam.
Queria te escrever para falar pelo meu amor por telegramas, mas estou meio ruim, como já disse. Guardo para outro dia.
Contento-me em te responder, esperando que receba esta com o carinho de quem a escreveu.
só agora digo o que queria dizer logo no início: agradeço tua atenção, tuas leituras. gostei muito de receber tua carta virtual, embora tenha demorado a responder (mas quanto à demora, creio que você compreenderá a explicação que lhe dei)

escrita à mão tem caído em desuso, nós sabemos.
nossas gavetas andam feias e tristes, repletas de canetas e papéis de bala,
pois não trocamos mais cartas. Em compensação, empanturram-se nossas caixas de email, nossos blogs, nossas redes de contRatos.

Nova função social dos bilhetes e das listas de compras: lembrar-nos que temos caligrafia.

Tão bonito desenhar letras. Como a gente se permite ficar batendo em botões o dia inteiro, como macaquinhos amestrados?
A, para a letra A.
B, para a letra B
CÙ, às vezes me desanimo, pois quase todo assunto cai nesses poços sem fim chamado "discussão sobre a passagem do tempo" ou "a velocidade da que a porra de nossa vida, carrosel pseudoselvagem, tomou tem tomado. (mas a vida é linda, não se esqueça disso)

mas onde eu estava?
céus, que bilhete mais longo. outra coisa que sabem meus destinatários: sempre me perco. sempre escrevo muito menos ou mais do que gostaria.
ah, tua carta não ficou nonsense, não.  muito clara e bonita. passa amor pela vida, como sempre.
aliás, não é só vc, tenho reparado isso em outros amigos. o que é ótimo, pra quem escreve e pra quem recebe.
hoje escrevo muito â mão? não,
pouquíssimo.
como tenho feito poucas limonadas ou ouvido pouco the pretenders.
a gente sabe mas não aprende, né? adoro controvérsias, oxímoros, balas de gomas com cara de docinhas mas enormemente azedas.

mas onde eu estava? acho que perdi de novo nesse escrito,  o que ótimo, maravilhoso, é meu eterno desobjetivo
te agradeço por isso,

porque lulu bergantim não atravessou o rubicon

um autor fantástico que merecia mais fama do que tem hj:
josé cândido de carvalho.

8 de maio de 2011

[2]

RT @rilkeshake TORRO ano 2011 pouco uso única propr. troco p/ ano anterior + dinh.

7 de maio de 2011

um poema de Sá de Miranda

(poeta português, contemporâneo de camões.)


ESPARSA

Cerra a serpente os ouvidos
à voz do encantador
eu naum, e agora com dor
quero perder meus sentidos.
Os que mais sabem do mar
fogem d'ouvir as sereias;
eu não me soube guardar:
fui-vos ouvir nomear
fiz minh'alma e vida alheas

1 de maio de 2011

    espelho inverso,
    hidra de brinquedo,
   
    os namorados tristes
    se abraçam no shopping
    sem segredo

um poema de camila fortunato

sem querer



que às vezes você fere

sem querer ferir



e sem saber

destrói

o que há de ti

em mim



ai de ti, meu bem

que em meu peito morrerá

no fim

sem querer
 
 
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