29 de maio de 2011
28 de maio de 2011
desgraçadinho, pensava justino, enquanto o carimbo descia com força contra a certidão.
taki, minha sinhora,
tá registrado?
sim, sinhora, a partir de agora temos um novo cidadão (filho da putinha) na cidade.
o pequeno dormitava no colo gordo da mãe e justino dava um xauzinho,
lá se ia mais um nascido no século XXI
Ah, meus 21! Meus 12, ah, minha quimera!
Que merda, ando tão velho.
E esses filhos da putinhas que insistem em nascer em 2011. Não para.
Porra, não para.
Pra onde olho,
Para onde olhava, Justino via documentos
vias que diziam: marinaldo dos santos, felipe gabriel de souza, amanda de castro,
nascidos na maternidade de tal,
no hospital da cidade xis. Eu envelhecendo e esses putos nascendo.
Porra, não pará, carimbava justino.
Mas a vida de justino não era assim tão deprimente.
A vida, como todos sabem, é uma boquinha cheia de presas
sempre nos superprendendo. Se de um lado atormentavam-no as rechonchudas crianças, rebentos de rechonchudos pares de peitos,
justino encontrava satisfação nos olhares tristes ou indiferentes de outros:
então foi câncer de fígado a causa, meu sinhor? ,
(como uma barata tonta, a certidão de óbito)
que coisa né, sorrisinho sob o bigode,
carimbava justino
taki, minha sinhora,
tá registrado?
sim, sinhora, a partir de agora temos um novo cidadão (filho da putinha) na cidade.
o pequeno dormitava no colo gordo da mãe e justino dava um xauzinho,
lá se ia mais um nascido no século XXI
Ah, meus 21! Meus 12, ah, minha quimera!
Que merda, ando tão velho.
E esses filhos da putinhas que insistem em nascer em 2011. Não para.
Porra, não para.
Pra onde olho,
Para onde olhava, Justino via documentos
vias que diziam: marinaldo dos santos, felipe gabriel de souza, amanda de castro,
nascidos na maternidade de tal,
no hospital da cidade xis. Eu envelhecendo e esses putos nascendo.
Porra, não pará, carimbava justino.
Mas a vida de justino não era assim tão deprimente.
A vida, como todos sabem, é uma boquinha cheia de presas
sempre nos superprendendo. Se de um lado atormentavam-no as rechonchudas crianças, rebentos de rechonchudos pares de peitos,
justino encontrava satisfação nos olhares tristes ou indiferentes de outros:
então foi câncer de fígado a causa, meu sinhor? ,
(como uma barata tonta, a certidão de óbito)
que coisa né, sorrisinho sob o bigode,
carimbava justino
22 de maio de 2011
listas, listas
as famigeradas listas: sempre há quem as critique.
eu adoro. onde há uma, eis eu e minha caneta anotando sugestões.
o enzo potel fez há pouco, um top 3 para romances e contos lidos lá na coluna dele
deixo o meu:
1º Crime e Castigo, do Dostô.
2º O ajudante, de Robert Walser
3º O apanhador no campo de centeio (salinger), O grande Gatsby (Fitzgerald), Inferno (barbusse)? Breve romance de um sonho (schnitzler), O processo (kafka)?
Empate, vai. Não sei precisar qual.
Obs 1: O critério que utilizei foi o mesmo do enzo: obras que vão fundo, que mexem com a gente.
porque há várias obras, dentro dos meus "favoritos", que estão lá por outros motivos. Caso do louco "Macunaíma", ou do enfadonho "O ciúme", do Robbe-Grillet, um livro raso como uma poça que não recomendo a ninguém, mas no qual aprecio a cara de pau do autor.
Obs 2: Desculpem-me pelo primeiro lugar óbvio, mas tem que ser. Ele pôs um machado na minha mão.
Obs 3: Se fosse para considerar "A obscena senhora D", da hilst, como um romance, então ele deveria estar aqui. Mas vou contá-lo como uma narrativa curta, prosa poética. Deixo a lista para os romances mais tradicionais.
-----------------------------------------
E quanto aos contos, céus, que dificuldade. Não consigo definir 3, nem precisar qual o favorito. Alguns:
- Bliss - katherine mansfield
- Casa Tomada/As fases de severo de J. Cortázar
- Nota de pé de página, de Rodolfo Walsh
- A queda da casa de Usher, Poe.
- A prodigiosa tarde de Baltazar, de Gabriel G. Marquez
eu adoro. onde há uma, eis eu e minha caneta anotando sugestões.
o enzo potel fez há pouco, um top 3 para romances e contos lidos lá na coluna dele
deixo o meu:
1º Crime e Castigo, do Dostô.
2º O ajudante, de Robert Walser
3º O apanhador no campo de centeio (salinger), O grande Gatsby (Fitzgerald), Inferno (barbusse)? Breve romance de um sonho (schnitzler), O processo (kafka)?
Empate, vai. Não sei precisar qual.
Obs 1: O critério que utilizei foi o mesmo do enzo: obras que vão fundo, que mexem com a gente.
porque há várias obras, dentro dos meus "favoritos", que estão lá por outros motivos. Caso do louco "Macunaíma", ou do enfadonho "O ciúme", do Robbe-Grillet, um livro raso como uma poça que não recomendo a ninguém, mas no qual aprecio a cara de pau do autor.
Obs 2: Desculpem-me pelo primeiro lugar óbvio, mas tem que ser. Ele pôs um machado na minha mão.
Obs 3: Se fosse para considerar "A obscena senhora D", da hilst, como um romance, então ele deveria estar aqui. Mas vou contá-lo como uma narrativa curta, prosa poética. Deixo a lista para os romances mais tradicionais.
-----------------------------------------
E quanto aos contos, céus, que dificuldade. Não consigo definir 3, nem precisar qual o favorito. Alguns:
- Bliss - katherine mansfield
- Casa Tomada/As fases de severo de J. Cortázar
- Nota de pé de página, de Rodolfo Walsh
- A queda da casa de Usher, Poe.
- A prodigiosa tarde de Baltazar, de Gabriel G. Marquez
teu namorado bobo, etc
você me desculpe por se meter na tua vida
se assim faço, é porque eu queria meter na tua
você me desculpe por
se assim faço, é porque eu queria meter na tua
você me desculpe por
21 de maio de 2011
sra. poetisa está invitada
tenho café
vamos fazer uma renga
lá em casa
entrada free até às
quarto
ou escolha:
open mouth
mulher desacompanhada
só paga
se quiser.
vamos fazer uma renga
lá em casa
entrada free até às
quarto
ou escolha:
open mouth
mulher desacompanhada
só paga
se quiser.
A cummings' poem
if you like my poems let them
walk in the evening, a little behind you
then people will say
"along this road i saw a princess pass
on her way to meet her lover(it was toward nightfall)with tall and ignorant servants."
In: Etcetera: The Unpublished poems of E E Cummings. Liveright, 1983.
walk in the evening, a little behind you
then people will say
"along this road i saw a princess pass
on her way to meet her lover(it was toward nightfall)with tall and ignorant servants."
In: Etcetera: The Unpublished poems of E E Cummings. Liveright, 1983.
18 de maio de 2011
14 de maio de 2011
carta pra ti
nem tanto carta, mais pra bilhete.
estou passando por uma fase ruim. Mal componho uma lista de compras. Mas talvez não tenha dificuldade nessa carta, pois a carta, quando resposta, não vem do nada. é conversa no papel, ela parte de um primeiro dizer. geralmente, se aceita esse tom, escolhe-se um ritmo e se responde. ou não, posso ler tua carta por cima e mandar uma resposta que não é resposta, uma carta despreocupada, falando de outras coisas, respondendo a perguntas que você não fez: aí seriam dois papos concomitantes. muita coisa se perderia, né?. é controverso, mas me parece agradável, bobo, vivo.
certeza que este bilhete, já longo, virando carta, há de te pegar de surpresa. primeira vez que te escrevocarta, agora vc saberá o que há tempos sabem meus destinatários amigos: me perco nos escritos. sou preguiçoso, desorganizado para com conversas, cartas, promessas, combinados, apostas. Mas carta, graças, não tem validade. Demoro anos, mas respondo. Quando se atrasa, o papo se perde, é isso?
Sim, se perde. E quando vamos procurar, achamos outras coisas pra falar. Coisas que não acharíamos se houvéssemos respondido a carta de pronto. Aliás, carta e prontidão não combinam.
Queria te escrever para falar pelo meu amor por telegramas, mas estou meio ruim, como já disse. Guardo para outro dia.
Contento-me em te responder, esperando que receba esta com o carinho de quem a escreveu.
só agora digo o que queria dizer logo no início: agradeço tua atenção, tuas leituras. gostei muito de receber tua carta virtual, embora tenha demorado a responder (mas quanto à demora, creio que você compreenderá a explicação que lhe dei)
escrita à mão tem caído em desuso, nós sabemos.
nossas gavetas andam feias e tristes, repletas de canetas e papéis de bala,
pois não trocamos mais cartas. Em compensação, empanturram-se nossas caixas de email, nossos blogs, nossas redes de contRatos.
Nova função social dos bilhetes e das listas de compras: lembrar-nos que temos caligrafia.
Tão bonito desenhar letras. Como a gente se permite ficar batendo em botões o dia inteiro, como macaquinhos amestrados?
A, para a letra A.
B, para a letra B
CÙ, às vezes me desanimo, pois quase todo assunto cai nesses poços sem fim chamado "discussão sobre a passagem do tempo" ou "a velocidade da que a porra de nossa vida, carrosel pseudoselvagem, tomou tem tomado. (mas a vida é linda, não se esqueça disso)
mas onde eu estava?
céus, que bilhete mais longo. outra coisa que sabem meus destinatários: sempre me perco. sempre escrevo muito menos ou mais do que gostaria.
ah, tua carta não ficou nonsense, não. muito clara e bonita. passa amor pela vida, como sempre.
aliás, não é só vc, tenho reparado isso em outros amigos. o que é ótimo, pra quem escreve e pra quem recebe.
hoje escrevo muito â mão? não,
pouquíssimo.
como tenho feito poucas limonadas ou ouvido pouco the pretenders.
a gente sabe mas não aprende, né? adoro controvérsias, oxímoros, balas de gomas com cara de docinhas mas enormemente azedas.
mas onde eu estava? acho que perdi de novo nesse escrito, o que ótimo, maravilhoso, é meu eterno desobjetivo
te agradeço por isso,
estou passando por uma fase ruim. Mal componho uma lista de compras. Mas talvez não tenha dificuldade nessa carta, pois a carta, quando resposta, não vem do nada. é conversa no papel, ela parte de um primeiro dizer. geralmente, se aceita esse tom, escolhe-se um ritmo e se responde. ou não, posso ler tua carta por cima e mandar uma resposta que não é resposta, uma carta despreocupada, falando de outras coisas, respondendo a perguntas que você não fez: aí seriam dois papos concomitantes. muita coisa se perderia, né?. é controverso, mas me parece agradável, bobo, vivo.
certeza que este bilhete, já longo, virando carta, há de te pegar de surpresa. primeira vez que te escrevo
Sim, se perde. E quando vamos procurar, achamos outras coisas pra falar. Coisas que não acharíamos se houvéssemos respondido a carta de pronto. Aliás, carta e prontidão não combinam.
Queria te escrever para falar pelo meu amor por telegramas, mas estou meio ruim, como já disse. Guardo para outro dia.
Contento-me em te responder, esperando que receba esta com o carinho de quem a escreveu.
só agora digo o que queria dizer logo no início: agradeço tua atenção, tuas leituras. gostei muito de receber tua carta virtual, embora tenha demorado a responder (mas quanto à demora, creio que você compreenderá a explicação que lhe dei)
escrita à mão tem caído em desuso, nós sabemos.
nossas gavetas andam feias e tristes, repletas de canetas e papéis de bala,
pois não trocamos mais cartas. Em compensação, empanturram-se nossas caixas de email, nossos blogs, nossas redes de contRatos.
Nova função social dos bilhetes e das listas de compras: lembrar-nos que temos caligrafia.
Tão bonito desenhar letras. Como a gente se permite ficar batendo em botões o dia inteiro, como macaquinhos amestrados?
A, para a letra A.
B, para a letra B
CÙ, às vezes
mas onde eu estava?
céus, que bilhete mais longo. outra coisa que sabem meus destinatários: sempre me perco. sempre escrevo muito menos ou mais do que gostaria.
ah, tua carta não ficou nonsense, não. muito clara e bonita. passa amor pela vida, como sempre.
aliás, não é só vc, tenho reparado isso em outros amigos. o que é ótimo, pra quem escreve e pra quem recebe.
hoje escrevo muito â mão? não,
pouquíssimo.
como tenho feito poucas limonadas ou ouvido pouco the pretenders.
a gente sabe mas não aprende, né? adoro controvérsias, oxímoros, balas de gomas com cara de docinhas mas enormemente azedas.
mas onde eu estava? acho que perdi de novo nesse escrito, o que ótimo, maravilhoso, é meu eterno desobjetivo
te agradeço por isso,
porque lulu bergantim não atravessou o rubicon
um autor fantástico que merecia mais fama do que tem hj:
josé cândido de carvalho.
josé cândido de carvalho.
8 de maio de 2011
7 de maio de 2011
um poema de Sá de Miranda
(poeta português, contemporâneo de camões.)
ESPARSA
Cerra a serpente os ouvidos
à voz do encantador
eu naum, e agora com dor
quero perder meus sentidos.
Os que mais sabem do mar
fogem d'ouvir as sereias;
eu não me soube guardar:
fui-vos ouvir nomear
fiz minh'alma e vida alheas
ESPARSA
Cerra a serpente os ouvidos
à voz do encantador
eu naum, e agora com dor
quero perder meus sentidos.
Os que mais sabem do mar
fogem d'ouvir as sereias;
eu não me soube guardar:
fui-vos ouvir nomear
fiz minh'alma e vida alheas
1 de maio de 2011
um poema de camila fortunato
sem querer
que às vezes você fere
sem querer ferir
e sem saber
destrói
o que há de ti
em mim
ai de ti, meu bem
que em meu peito morrerá
no fim
sem querer
------
clique AQUI para ler o poema em seu habitat natural
que às vezes você fere
sem querer ferir
e sem saber
destrói
o que há de ti
em mim
ai de ti, meu bem
que em meu peito morrerá
no fim
sem querer
------
clique AQUI para ler o poema em seu habitat natural
Assinar:
Postagens (Atom)