Que desconsolo me dá olhar para minha espera, tão fiel e
humilde, mas tão ausente de provocação. Não aos modernos produtos inquebráveis
e de prática limpeza e esquecimento. Antes chicletes baratos cujo açúcar não
passa das primeiras mascadas. A cada dia minha criança prodígio ganha mais
medalhas e fica mais limpa para a hora do atropelamento que, sei, não tardará. O
banditismo sonhado me é proibido, então discretamente saboto meus próprios projetos.
As esperas, em suspenso, sustentam apenas a si mesmo. Essa espera, essa postergação, de tão calma, de tão nada, é falsa. Nem
tudo que é leve faz bem. Um sono leve que se perturba com insetos e inúteis
fragmentos de sonhos. Um amor leve que se torna bobo diante do êxtase e força dos
travestis. Que merda.
14 de julho de 2013
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