13 de fevereiro de 2024

Cachorrada (poética do amor livre)

Cachorrada sem mancada

sem neurose e sem roubada

se a gente troca as cartas e fitas tudo

não sobra qualquer furada


caminhada combinada

te amar vário e sem mistério

devagarinho eu me emaranho

feito rizoma e micélio

sem pressa eu te ganho

e com afeto e cadência

te tiro do sério


a minha vida por um fio

meu corpo em permanente

estado de cio

safado abano o rabo

desfilando pela calçada

sem me preocupar se você viu

porque aqui é cachorrada

liberdade concedida

habeas corpus pra safada

uivar na madrugada


Porque tudo isso é sobre o tempo

passando e mais nada

passar pelo teu corpo

como o vento, em lufadas

ainda tenho as costas arranhadas

da noite passada

eu fico mais bonito

com tua música à minha volta

o meu cheiro de flor combina

com a da tua pele pelada

sou feliz com ou sem você

mas sou mais criativo

sob a tua sentada


senhora cachorra

um beijo grego (no seu Rabo)

de duração prolongada

sem piada, que os gregos é que

sabiam fazer uma boa cachorrada


sem neurose sem roubada

cachorrada sincera compartilhada

cachoeira límpida na mata fechada

amor com raízes e sem hora marcada

te quero agora e mais nada


amor sem coleiras

sem calculadora, sem relógio

sem régua, sem comparações

sem troféus nas prateleiras

que você possa, quando quiser,

lutar em outras trincheiras,

que você possa, quando quiser

encontrar água e sombra em mim

e descansar à minha beira:

se tiver ocupado no sábado

estarei on segunda-feira


Porque tudo isso é sobre o tempo

passando e mais nada

passar pelo teu corpo

como o vento, em lufadas

ainda tenho as costas arranhadas

da noite passada

eu fico mais bonito

com tua música à minha volta

o meu cheiro combina

com o da tua pele pelada

sou feliz com ou sem você

mas sou mais criativo

sob a tua sentada

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