7 de março de 2009

Advertência

Aviso a todos os que leem essas palavras,
que não há nada de empolgante aqui.
O que havia de belo você, leitor, não viu:
as aventuras, meus desejos,
meus erros e medos agora são pre-história
pré-poema
pré-parto
pré-fico
pré-estado.
o que disse e o que senti,
tudo isso jaz, a partir de agora,
em cavernas:
meus beijos, meus olhares, meus gritos:
todo o meu passado em pictografia;
rabiscos oníricos de criança.

Leia meu livro. Seja ator, e finja que me conhece ao ler as palavras que desenho,
mas saiba que este aqui não sou eu.
Você, leitor,
é um desconhecido com quem eu, eu-mesmo, esbarrei,
há um segundo atrás,
antes de pegar uma pedra lascada e escrever esse poema.

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