21 de março de 2009

Encontro ao acaso

Encontro ao acaso
Aos pés do ocaso
Ele declama Cacaso
Ela faz pouco caso
Mesmo assim, ata-se o caso
Após um tempo sofrendo com o descaso
O coração dele pergunta ao vaso:
“Querida planta, será que ela se casa?”
“Eu caso”, dizem ambos ao padre Cássio.

A lua-de-mel para inaugurar a nova casa
É noite tórrida que tudo arrasa
(corpos entrelaçados em tela cubista de Picasso)
Ela diz, “meu corpo é tua casa”
Ele responde com um beijo, um forte amasso
E com uma declaração gostosa, porém casta
E esse baile de amor dura anos ao som de uma canção devassa
Enquanto isso, o acaso, que tudo assiste, se afasta
Vai contar as novidades para o ocaso
Contará que o amor tudo transpassa
Para poder tranquilamente afogar-se num oceano raso.

(2007)

Nenhum comentário: