21 de junho de 2009

Trecho XXXVI (De um livro inexistente)

Entra pela minha janela uma fotografia:
Uma mãe trazendo o filho pela mão. Ela o leva para casa.
A boa mãe fala das responsabilidades.
E o menino - tão menino - está longe.
Pensa: por que precisamos voltar sempre para o mesmo lugar?

Minha janela começa a se fechar;
o sopro do coração ameaça escurecer meu quarto.
Ainda escuto uma limalha:
-- Mãe, por que vivemos?
-- Porque sempre, meu filho, porque sempre.

O sopro aumenta,
um rodamoinho devasta meu coração
A janela se fecha e a noite morre
Cardíaca

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei, bem interessante! Parece que poucas pessoas pensam dessa maneira... Algumas não param pra pensar sobre o que é a vida.