13 de novembro de 2009

Uma curva em Itapema

As ondas quebram sem perdas
(pedras encalhadas fazem viver o limo)
o céu é denso e nele me afogo
mas eu passo e passo e passo e passo...

Agora prédios e morros
(ai, eu morro eu morro)
Só restam as ondas do céu

Sabiamente, faz chover
pra gente lembrar que o mar sempre está

E esses prédios e prédios
de muitos andares
todos cabem com folga no poema, na palavra
não importa quanto cimento tenham
mas o mar..

o MAR
só não explode em 3 letras porque não tem limite,
abismo que é o coração de quem sente

Pela estrada o ônibus me leva
a rodovia tem curvas e curvas
só pra esconder a paisagem
e fazer gozar na curva seguinte
isso é bobagem
o carro me arrasta, não estou lá

escorrego pelas mãos
e meu visgo beija o limo das pedras
mar mar
ah, o MAR:
suícidio nas ondas do céu

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