27 de junho de 2010

O cavalinho azul

a partir de uma peça de Maria Clara Machado

o menino desenhou na janela de papel
um
céu,
embriagado de anil
que
choveu choveu choveu

tempo,
seco por sonhos
pisado
pelo trote das pessoas
que correm correm correm
nas sete raias
da semana

correm da chuva que escorre
do céu salivando na boca do sonho

do tempo que morre
das coisas que não quebram:
tranças carne lágrimas

e o menino?
onde entra nisso tudo?

O menino está fora do tudo
foi viver a janela
e beber azul
nas asas do cavalo

3 comentários:

Daiane da Silva disse...

*_* Amei! Ficou lindo, lindo...

Camila Fortunato disse...

Poema lindo, Eduardo!

Que bom que ainda há pessoas para crer no cavalinho azul :)

Beijo

ítalo puccini disse...

um final do caraleo de bom!
olha isso:
"O menino está fora do tudo
foi viver a janela
e beber azul
nas asas do cavalo".

uma perfeição de final para um poema tão bom!

abração.