saber o que mallarmé
comia para lhe conter a
azia já não dá mais pé
o que michaux queria do poema
não é tão relevante ao poeta
quanto saber o valor do michê
o poeta quer saber
se a bupropiona
funciona
se a ritalina mais atina
que desatina
se a libido pode vir
em comprimido
se pode misturar vida
com drogas e drogas
assim por tantos anos
sem graves danos
se o doutor que as prescreve
em vinte anos se atreve
a fazer consigo o inventário
de efeitos colaterais
a quem interessam tais carestias,
poemas sonoros e virtuais,
o ser e tempo da poesia?
certamente não ao poeta
paciente na sala de espera
de sua hipocondria.
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