à Daia, meu poema preferido
ele sempre disse "és meu peixe predileto", "és o fruto mais alto que colhi na arvore da manhã", ou então, "és o meu pássaro". A tudo isso ela corava, maravilhada. Mas em seu coração, doía pensar que ela era um pássaro, um peixe, um fruto, algo tão submisso. Algo facilmente abatido. E devorado
quando ele falou pra ela "você é minha estrela, a estrela do meu céu" ela ficou feliz, achou bonito, mas no fundo achou pequeno ser tão-somente uma estrela, quando ele tinha todo o céu.
quando ele falou "és, o meu chão", ela sentiu orgulho de ser a sustentação dele. Mas, em seu coração, dormia uma tristeza. O chão é tão submisso. Pisado.
e ele foi falando, foi falando, ela foi corando e sorrindo e guardando.
um dia, um dia sem horas,
ele acordou pras palavras
acordou para ela,
e disse
sem ensaio, sem dicionário
disse porsissó, disse por dizer e amar
-- você é o meu poema preferido.
então, a menina
olhou firme, olhou mulher
lhe deu um beijo e o abraçou tentacularmente
pois ela sabia
que o poema se abraça ao poeta
e o faz afogar-se
em busca de um fim que nunca vem.
PS: esse texto é ficcional. nem tudo aqui tem realmente a ver comigo e com a daia. não confundam. Ouviram, senhores Robson e Ítalo? :D
29 de novembro de 2009
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4 comentários:
--'
muahahha
(humm... escobar... adotou o novo nome, é?)
:D
fui no cartório e troquei :P
Sabe néah, depois que eu conseguir roubá-la de você (HAHAHA'
(Brink's)
:B
:O :D ¬¬ .-. --
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