19 de setembro de 2009

nada sei dos algures

nada sei dos algures
não quebrei copo algum, não recolherei os cacos

sei do que sinto
e sei que é pouco

tarde da noite ela quer contar estrelas
pensar no sabor que tem o jantar dos vizinhos
no jogo de luzes e membros das discotecas
pensar e refazer o tontear dos boêmios

Não dá.
Mal sei o que trago no bolso.

Semáforo milhão
(o verde amarela que avermelha que nunca deixou de ser verde)
e teto poça poltrona caneta música

Milhão milhão, prismas ou espelhos descontrolados
poste algures
pernas milhão

que sei de tudo isso?
não sinto. é o que ela diz.

Conspiraçao ilusão
nessa hora, choram comem gozam riem dormem acordam escrevem
milhões de algures
(o copo fica tinindo na cabeça)

Reservei todos os momentos quando abri os olhos, hoje de manhã
que sei eu das esquinas?
e triângulos?

se eu parar para pensar nisso
já serão outros algures
outros rostos
outros desesperos e pensares

milhão milhão
todos os momentos existem
toda hipótese
todo mito
religião e sonho:
vale-tudo em campo aberto

Mãos no bolso como quem abre uma porta
(de repente, uma vontade de ter sede)

que sei eu das coisas?

E o que trago à tona já é outra casa

Nenhum comentário: