19 de julho de 2009

O navio passou

Passou bem antes da mente delinear o horizonte, o mar
e o restante da paisagem
passou nos ombros das horas
cortando a névoa fria

lâmina quente dançou em minha pele
senti que adormecia
O navio passou
bem antes do apagar do sonho
do aparar das geometrias

Tudo incompleto
Ficaram os restos:
Um gesto abafado
um rosto borrado
um tiro a esmo

O navio passou
Indo e voltando

Passou rápido:
segundos
Passou rápido:
ficou o
estranhamento


Mudo e eterno

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