7 de novembro de 2010

cheguei hoje à conclusão de que não consigo manter um diário ínfimo, não rola, sai falso. o do harry laus é interessante, tô lendo. cara inteligente, ele. tem uns malabarismos straños ao escrever, mas isso é estilo, não? curti ele porque gosta do dostoiévski e é um cara um tanto deprimido. era né, que morreu faz tempo. tem uma passagem que gostei, onde está?, peraí, eu já acho. por favor, peraí. (sério, só mais um instante). demorei, vc não percebeu eu sei, pq a daiane me chamou aqui pra pedir uns nomes de autores que fizeram inovações linguísticas, mas isso não vem ao caso. ó o trecho de que falava:

"Onze de maio de 1950, talvez não me tenhas dito nada. Ou quem sabe me disseste, como terão dito todos os outros dias, e eu nada tenha compreendido?"

Puta desconsolo, isso. Na verdade, o trecho era outro, mas quando fui buscá-lo não achei. mas havia este outro trecho aí  de cima. sei lá. se eu tivesse bebido, diria estou deprimido ou foi efeito do vinho? mas é meio-dia. estou deprimido ou foi efeito do almoço materno? preguiça que não é preguiça, chamam de tédio, né, corali? noite que não é noite. O caso é que isso não é momento. é fase. de lua. vai e volta a maré amarrada no dedo do menino brincador.  queria que fosse momento macunaíma, mas nada tem disso. momento holden caulfield/leminski, perhappiness. Sei cá, mews. Hoje é domingo, MAS ISSO NÃO É UM PÉ DE CACHIMBO, diria o Magrinho, aquele pintor francês surrealista. surreal. surrealista. engraçado, esses jogos de palavras não combinam com o que pretendem representar. surreal/surrealista. coisa mais óbvia, de sonhado isso num tem nada. gosto do Magrinho. Mais do que o Dali, aquele mais derretido. Gosto do Magrinho pq ele é daqueles que botam uma porta no teto e saem passeando por dentro das gotas. desses que botam um leão em cima da cama. Há um leão em cima da minha cama, às vezes. é engraçado. isso dá um poema, se pá. ou dava, que não sou poeta. tentei, tentei. mas sou muito bobo. uma noite sentei a Beleza no meu colo e achei uma delícia. É assim que os maus poetas se mostram. tá tocando um som bom aqui, Red House. sensual. é bom que a música distrai. não tô mais deprimido. ok, foi brincadeira, ainda estou. e escrever é coisa que não ajuda. tenho baita preguiça, talvez por isso não funcione um diário. Laus, sete de Novembro pode estar falando, numa hora dessas, será? vou fazer um minuto de silêncio, para tentar ouví-lo. aproveito e velo o tal de seis de Novembro.

2 comentários:

ítalo puccini disse...

isso de buscar um trecho, não encontrá-lo, e achar outro é ótimo, não? =D

abração!

Eduardo Silveira disse...

=)
sinal de que o livro é bão.