para a daia
passarinho me contou
que meu amor estava infeliz
xinguei o metido, mirei nele
errei por um triz
ainda sim,
fui lá ver o meu bem
lá onde moramos
longe pra caramba
na corda bamba
no trilho do trem
bati na porta da caverna
e divisei no fundo no canto na beira
na parte mais fria e quieta
a menina passarinheira
cadê tuas asas, perguntei
não sei não sei não sei
vish, pensei, e fui pra geladeira
catei dois copos de tapa na cara
e de soco em soco
bebedeira
que a vida bate na gente
a gente é fraco
e cai no buraco
e o buraco é fundo
diz a canção
mas a vida
não morre na rima
sorte a nossa
querida
e tem outra coisa
menina aguerrida
tristeza não é problema
pelo contrário
comprida felicidade
é coisa de otário
compreende o esquema?
pois explico
quanto maior o salto
maior a perna
fiquemos tristes, tristes
como dois tigres tristes
que quando a alegria vier
ninguém vai segurar
alegria presa
quando vem
violenta
violeta
estoura um trem
dentro da gaiola
louca
coração último
céu de nossa boca
é, menina passarinheira
diz a lenda que tá sempre triste
e sempre lá é hora?
chuta esse prato de alpiste
e vamosimbora
Um comentário:
vamos, menino-poeta :)
amo você.
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